sexta-feira, 14 de março de 2008

"Você não era assim"

Fernando e Clara * se conheceram em uma noite de céu estrelado, era tudo tão perfeito parecia que tinham sido feitos um para o outro, namoraram alguns anos, casaram, mas depois de casados viram que as coisas eram diferentes. Clara volta e meia reclamava que Fernando não era mais o mesmo e vice-versa. Problemas que não apareceram no namoro agora estavam surgindo.


O pequeno resumo da vida desses dois personagens faz alusão à realidade de muitos casais. Queixas em relação ao outro, ameaças, acusações do tipo “você não era assim”, brigas, ciúmes exagerados e poucos momentos de paz em um relacionamento podem indicar que algo não está bem.
Muitas vezes esses desentendimentos são causados pela falta de diálogo e sinceridade no relacionamento. Idealizar demais o companheiro, pensar o outro como sem defeitos podem ser motivos de decepções. Tratar o outro com respeito e pensar este como sendo diferente de mim, pode ajudar a evitar diversos problemas.
Viver a dois não é fácil, é preciso pensar no desejo do outro, saber a momento de ceder e o de não ceder, o momento de ouvir mais do que falar, de pedir desculpa, de levar as coisas menos a sério, etc. Superar momentos de crises vai depender do casal, mas quando o casal tem muita dificuldade nesses momentos por que não procurar a ajuda de um profissional?
O objetivo de uma terapia de casal é fazer com que ambos conheçam melhor o seu relacionamento. Sejam eles namorados, noivos ou casados. O terapeuta vai tentar junto com casal descobrir o motivo dos desentendimentos, sem tomar partido de nenhum dos envolvidos, tentando fazer com que estes achem soluções para as suas dificuldades.
O papel do terapeuta não é moralizante, de fazer com que o casamento se mantenha a todo custo, existem relacionamentos mantidos apenas por aparência, medo da perda de status, questões financeiras, dentre outras e o casal algumas vezes no término do processo terapêutico podem entender que os dois viveriam melhor separados.
No entanto, existem relacionamentos que não vão bem apenas porque um dos dois tem seus interesses pessoais acima do interesse conjugal ou simplesmente idealiza demais a relação e no término da terapia conseguem superar suas dificuldades de maneira mais saudável, fazendo com que nos próximos momentos de crise consigam lidar com menos dificuldade.
Não existem fórmulas mágicas nem receitas prontas de como manter um relacionamento feliz, contudo o respeito ao outro deve ser sempre exercitado. Uma regra básica vale para qualquer tipo de situação: coloque-se no lugar do seu parceiro.

* nomes fictícios

domingo, 13 de janeiro de 2008

O que se busca ao beber?

O álcool é a droga mais consumida no Brasil e também a que mais está relacionada a danos a saúde do ser humano. Por ser uma droga lícita, é culturalmente aceita, o brasileiro justifica o seu uso sempre que tem motivo para festejar ou quando existe em sua vida algum acontecimento que o deixa triste. Bebe-se porque o time ganhou, porque perdeu, porque passou no vestibular ou pela morte de um parente, dentre outros.

A dependência se caracteriza por uma perda de controle e uma ausência de autonomia no ato de beber. Segundo estudiosos os efeitos do uso de álcool depende: das propriedades farmacológicas da droga, da personalidade da pessoa que bebe e o contexto do uso. A expectativa da pessoa, as companhias, o ambiente, dentre outros aspectos influenciam nos efeitos da bebida.

Desde cedo o ser humano tem contato com o álcool, vendo os pais beberem “socialmente”, ou em campanhas publicitárias com os tão famosos e atrativos comerciais de TV das grandes marcas de cervejas, que associam o beber a conteúdos do mundo infantil (animais) ou a status, poder e mulheres bonitas.

A palavra confere identidade por isso o termo alcoólatra é criticado pelos profissionais de saúde, pois significa “pessoa que adora álcool”, como se a pessoa não fosse nada além de “bêbado”. O alcoolismo deve ser encarado como um problema de saúde e não como se a pessoa fosse um “fraco” como muitas vezes é conhecido, que bebe por que quer.

Quanto mais cedo se inicia o uso de drogas, maiores são os danos causados, portanto devemos sempre nos questionar o que leva o ser humano a fazer uso do álcool em uma idade muito precoce: a falta de perspectivas, a ausência de lazer pode estar entre os grandes vilões, contribuindo para o alcoolismo. Portanto, os pais desde cedo devem conversar sobre drogas e lembrar-se que eles são as principais referências para seus filhos.
Quando o alcoolismo está instalado em uma família existem tratamentos: medicamentoso e psicoterapêutico. É importante que o alcoolista tenha uma consciência dos prejuízos que o álcool traz nas diversas esferas da vida e principalmente nas relações sociais e familiares. A terapia pode ajudar o indivíduo a conhecer seus pensamentos e comportamentos, procurando as razões e as conseqüências do ato de beber para si e para os outros. Por que essa resposta cada um vai achar internamente, pois todo ato tem uma intenção.