Em meio à comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, evidenciado em Conceição do Coité/BA pela realização da Iª Semana Negra do Território do Sisal, organizado pelo Revolution Reggae, dentre outros movimentos sociais, é necessário falar de um tema bastante discutido, a intolerância. Comportamentos que praticamos e repetimos na maioria das vezes sem nenhuma reflexão.
Intolerância racial, religiosa, econômica, política, de gênero, entre tantos outros comportamentos que demonstram a falta de respeito às diferenças, queremos que os outros sejam iguais a nós e pensem da forma que achamos correto. Somos uma sociedade preconceituosa, temos preconceito contra ricos, pobres, nordestinos, pessoas muito inteligentes, quem estuda muito ou quem é analfabeto, não é a toa que ouvimos expressões como “nerdes”, “universitariozinho”, ou “só quem fica rico é ladrão ou político” dentre outras.
Muitos falam que o preconceito é direcionado as minorias, no entanto me pergunto: se fosse assim era para existir preconceito direcionado a população negra, ou pobre do nosso país? Não, já que as nossas desigualdades sociais ainda são grandes e o Brasil tem a maior população negra do mundo ficando apenas atrás da Nigéria.
O que faz alguém achar que cor de pele é sinal de inferioridade, ou ao ouvir comentários sobre uma adolescente abusada sexualmente dizer: “ela mereceu, pois seus comportamentos não eram dignos”. Será que é a falta de humanidade, de amor ao próximo ou simplesmente pela impossibilidade nossa de se colocar no lugar do outro? Esses são apenas alguns dos muitos exemplos que ouvimos diariamente e que refletem dentre outras coisas a falta de reflexão diante de nossos comportamentos preconceituosos.
Precisamos, já que a dor do outro não nos causa sofrimento, pelo menos trazer a dor para mais próximo de nós e pensar “e se fosse comigo” ou com um parente nosso? Vamos nos dá a oportunidade de conviver com o diferente, de exercitar a nossa tolerância, experimentar novos relacionamentos.
Esse tema é bastante complexo, como vimos temos preconceito a muitas coisas e as vezes nem percebemos. Na maioria das vezes não damos chance de nos abrirmos ao novo, ao desconhecido, ao outro que é diferente embora semelhante, que é fruto do meio e ao mesmo tempo é único. Não vamos falar de amor ao próximo, respeito às diferenças somente no final de ano, vamos exercitar esses comportamentos a cada dia, conhecendo e trabalhando nossos preconceitos, nossas limitações, lembrando sempre que às vezes quando estou falando mal de “fulana” estou dizendo mais de mim do que de “fulana”, apesar desse reconhecimento não ser fácil.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
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